PASTOR OU GESTOR ?

A importância de distinguir entre os papéis de pastor e líder institucional, especialmente em casos sensíveis, para evitar conflitos de interesse, proteger a integridade profissional e garantir a imparcialidade no aconselhamento.

Por Rodrigo Coutinho

Em nossas funções dentro das igrejas e instituições educacionais, é comum sermos procurados por colaboradores que buscam aconselhamento ou apoio pastoral. No entanto, é fundamental distinguir claramente entre nossos papéis como pastores e como líderes institucionais, especialmente quando estamos em posição de supervisão direta sobre esses colaboradores.

Quando um funcionário de uma escola ou igreja se aproxima de nós em busca de aconselhamento pastoral, mas também traz à tona questões delicadas ou denúncias que podem ter implicações criminais, como assédio sexual, precisamos agir com extrema cautela. O risco de confusão entre os papéis de pastor e de diretor pode nos colocar em situações juridicamente complexas e eticamente desafiadoras.

Se um colaborador subordinado se aproxima buscando uma conversa pastoral, nossa orientação é que, neste caso, o líder deve esclarecer que, na posição de diretor ou gestor, ele não pode agir como pastor. Para preservar a integridade do relacionamento profissional e evitar conflitos de interesse, é aconselhável que o colaborador seja encaminhado para outro pastor ou capelão da unidade, que não tenha relação direta de subordinação com ele. Dessa forma, garantimos que a confidencialidade e a imparcialidade sejam mantidas, protegendo tanto o colaborador quanto a liderança.

É crucial que os pastores que ocupam cargos de liderança institucional informem claramente a seus colaboradores que, enquanto estiverem atuando como diretores ou gestores, seu papel não é o de pastor, mas sim de líder institucional. Caso haja a necessidade de aconselhamento pastoral, esse deve ser delegado a outro membro da equipe pastoral que não esteja envolvido diretamente na supervisão do colaborador.

Essa prática não só protege a integridade dos processos institucionais, mas também previne potenciais alegações de negligência ou cumplicidade em casos futuros, garantindo que as funções de liderança e de pastoreio sejam exercidas com clareza e responsabilidade.

Que possamos, com sabedoria, conduzir nossas responsabilidades, sempre honrando a confiança que nos foi dada por Deus e pelas instituições que servimos.

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Por Rodrigo Coutinho

Professor, Financista, Especialista em Organizações Religiosas e Filantropia. Diretor do GRUPO BESIDE.

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