Dentre os muitos assuntos que trazem preocupações e consomem a mente e o coração de pais e educadores, certamente a questão da sexualidade ocupa um dos primeiros lugares.
Por Dinart Barradas
Vivendo esse dilema, muitas famílias acabam caindo em uma cilada a partir de uma decisão que considera somente duas hipóteses: expor ou isolar.
Ambas, na perspectiva de quem a toma, são providências que objetivam minimizar os riscos a que estão expostas as crianças nesse bombardeio diário de informações com conteúdo sexual implícito ou explícito, que contrariam frontalmente os valores bíblicos e, em alguns casos, os valores familiares. Digo isto porque, mesmo entre famílias que professam a fé cristã, as cadeias de valores sobre sexualidade podem divergir num espectro muito amplo.
A título de analogia quero comparar esses conceitos à mesma atitude que algumas famílias têm em relação aos filhos quando os levam à praia: algumas deixam as crianças muito à vontade, a qualquer hora, usando no máximo um bonezinho e um produto aplicado à pele – é isso que chamo de expor. Outras os mantêm debaixo do abrigo na piscina inflável, vestindo roupas, boné e óculos com proteção UV – comparo isso ao Isolamento.
Há uma terceira via que, considerando apenas o aspecto semântico, não parece ser muito diferente das anteriores: proteger. No caso da praia, equivaleria a escolher o horário adequado, usar as devidas proteções, limitar o tempo de exposição e estar junto durante algumas atividades.
Para que a criança tenha uma perspectiva virtuosa sobre sexualidade é necessária uma formação moral básica anterior e que seja igual ou maior do que a informação de teor sexual a ser apresentada. Essas informações, por sua vez, devem obedecer aos seguintes critérios:
1- Transferência gradual
2- Transferência sequencial
3- Sujeição à capacidade moral, emocional e intelectual de assimilar e administrar as informações.
Se um desses critérios for esquecido ou omitido no processo educacional, é possível que a criança seja lançada no mundo adulto do conhecimento sexual antes de estar madura emocional e moralmente para lidar com tal conhecimento.
O Dr. Gary Ezzo em seu curso “Como proteger a pureza de seus filhos” declara que “a maneira mais rápida que existe de roubar a inocência de uma criança é oferecendo-lhe uma educação sexual inadequada”. Fornecer essa educação é, em primeiro lugar, responsabilidade dos pais. O papel das instituições locais, seja a igreja ou a escola, é treinar os pais nessa tarefa, não substituí-los.
A educação sexual adequada protege a criança da exposição demasiada a informações de teor impróprio à sua idade moral, emocional e intelectual.
Retornando à nossa analogia, todos sabemos que a luz do sol é vital para nossa saúde, mas a exposição fora dos horários indicados ou em demasia podem, ao contrário, causar problemas desde os mais simples até os mais complexos. Para evitar tais males, seguimos regras de exposição e usamos equipamentos de proteção.
De igual modo, a educação sexual adequada não visa isolar nossos filhos, mas protegê-los da exposição imprópria, assim como fazemos da tão benéfica e recomendável luz solar.
Dinart Barradas
Pastor e diretor do ministério de Educação de Filhos (GFI) da Universidade da Família (UDF) de São Paulo.
gfi@udf.org.br
Instagram @gfibrasil
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