O segundo semestre é um período de definições para o ano seguinte. Como posso melhorar o ensino em minha escola? Que soluções posso acrescentar que poderão chamar atenção dos pais? Quais os cuidados devo ter?
Por mais difícil que o mercado educacional aparente ser, soluções didáticas e tecnológicas são oferecidas cada vez mais para as escolas, o que aumenta o número de interessados.
O incentivo pelas chamadas edutechs, uma nova forma de inserir tecnologia na educação, têm crescido gradativamente, a ponto de aumentar também a influência de revendedores desses produtos. Concomitantemente, as próprias escolas cultivam o interesse por apresentar diferenciais aos seus alunos e familiares, visando sempre um destaque no mercado em relação aos seus concorrentes. É por esse motivo, então, que não podemos excluir o interesse pedagógico dos gestores em melhorar o processo de ensino e aprendizagem, cabe a nós incentivá-los.
As mudanças que o mundo tem sofrido representam uma realidade acelerada, muitas vezes ligada aos componentes tecnológicos que as compõem. Apesar disso, a influência da tecnologia se faz necessária em distintas áreas, logo, a educação não pode descartar a necessidade desses processos, uma vez que os maiores prejudicados seriam os próprios alunos. Esse contexto requer modificações no processo de ensino e aprendizagem antes proposto, e muitas soluções apresentadas pelo mercado, quando bem utilizadas, poderão ajudar as escolas nessa atualização.
Soluções didáticas e tecnológicas, qual sua importância no ensino?
Para o Prof. Rogério Moreira Scheidegger, diretor da Prospecta Educacional, dois fatores importantes levam escolas a buscarem novas soluções: a necessidade de se diferenciar ou igualar aos seus concorrentes, visto que as soluções estão disponíveis para todas as escolas; e o processo de reformulação que a educação está passando em função dos avanços da tecnologia. “Muitas soluções contribuem para que as escolas melhorem o seu processo de ensino e aprendizagem”, reitera Scheidegger.
Ainda sobre a importância do acesso à tecnologia nas escolas, a diretora do App Diário Escola, Profª. Raquel Tiburski, enfatiza que “ela veio para ficar, a pandemia impulsionou esse uso. Suas funções agregam, compartilham e ensinam. A tecnologia é sim um diferencial para a escola, através desses recursos a instituição se mostra na vanguarda, pensando adiante. Atualmente, precisamos olhar no futuro, estar um passo à frente, os estudantes já são o futuro, assim, é preciso trazer inovações, preparando-os.”
Os pensamentos da professora também visam o interesse do público alvo das instituições escolares: “Essas mudanças também agregam para que os estudantes e seus pais entendam que os pensamentos da escola não estão dentro de uma caixa, mas pensando em outras formas de ensinar”.
Visando uma outra ótica sobre o mesmo assunto, a consultora e diretora do Colégio Shunji Nishimura, Profª. Iolene Lima, compartilha a ideia sobre a valorização da tecnologia para as escolas: “A escola tem que ter consciência de que a tecnologia é uma ferramenta, não um fim em si mesmo. Ela vai trazer velocidade e inovação para o processo pedagógico, trazer engajamento, despertar o gosto dos alunos pela pesquisa, criatividade, desvendar novos mundos”.
O que as escolas devem observar quando estão escolhendo soluções didáticas e tecnológicas?
Quando finalmente os novos recursos forem instalados ou postos em prática, cabe aos gestores escolares questionarem se aquela solução realmente trará significado na formação dos seus alunos. É importante avaliar, também, o impacto que virá sobre as mensalidades, se a própria escola e os pais conseguirão absorver o valor da solução contratada.
Com experiência sobre o assunto e na área que atua, a Profª. Iolene ressalta que “é necessário verificar quais soluções somam e se existe consonância com o PPP da escola, seus princípios e os seus valores; se traz conteúdo que agrega ao processo pedagógico e como a solução trata a questão da aprendizagem, se é uma aprendizagem mais mecânica ou uma aprendizagem experimental”.
Quanto aos procedimentos técnicos da empresa que prestará serviços à instituição escolar, a Profª. Raquel informa que: “As escolas precisam ter um referencial sobre aquela empresa que oferece a solução, quais escolas utilizam a ferramenta, onde estão armazenados os dados da empresa, entender como a empresa trabalha e o que ela pode oferecer, como suporte e treinamento”.
Em sua opinião, as soluções didáticas e tecnológicas são modismos do mercado ou opções efetivas para melhoria do processo de ensino e aprendizagem?
Em busca de uma compreensão mais ampla para esta questão, Rogério Scheidegger, Raquel Tiburski e Iolene Lima trouxeram suas opiniões, carregadas de experiências, para constituição da resposta.
Na opinião de Scheidegger, a maioria das soluções são opções para melhoria no processo de ensino e aprendizagem, geralmente elas são construídas com esse propósito e, se bem implementadas, trarão impacto importante na formação do aluno.
Para Tiburski, porém, o aluno ganha uma responsabilidade maior sobre essa definição: “É difícil dizer quais soluções são modismo, quem pode dizer melhor é o usuário. Quando ele passa a utilizar a solução, o aplicativo ou o software e se agrada, vê sentido para vida dele, isso não é modismo. Tenho certeza que a escola não pode ter mais processos demorados, tem que procurar eliminar a burocracia, por exemplo: uma professora não pode demorar mais do que 10 minutos para completar 30 agendas escolares. Acredito que a tecnologia veio para agregar, as escolas que utilizarem bem a tecnologia, entendendo quais são as suas necessidades, terão sim resultados. Com certeza, isso não é modismo”.
A diretora Iolene também compartilha com a ideia de que as soluções não são apenas modismo, quando diz: “Não creio que seja modismo, estamos na Era da Informação, o que precisamos verificar é se a solução é inovadora, isto é, se facilita a vida das pessoas. Se é uma ferramenta que não traz essa facilidade, não podemos considerá-la útil, nem inovadora. A escola precisa entender que o mundo está em processo de mudança, não se faz escola como antigamente, a escola precisa passar pela transformação digital e precisa entender que estamos caminhando para a personalização da aprendizagem através da inteligência artificial”.
Quais perguntas a escola precisa fazer quando adota uma nova solução?
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I) A solução trará significado para os alunos?
II) Qual é o impacto financeiro para as famílias e para a própria escola?
III) A solução agrega e está em consonância com o projeto pedagógico?
IV) Como a solução trata a questão da aprendizagem?
V) Outras escolas adotam a nova ferramenta?
VI) Onde estão armazenados os dados da empresa fornecedora?
VII) A empresa fornece treinamento e suporte para a solução ofertada?
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Excelente matéria 👏🏻